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Mec​â​nica Exacta

by Feynman

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    'Mecânica Exacta' é uma referência à empresa onde o avô de Francisco Brito (o vocalista e guitarrista da banda) trabalhou durante toda a vida. O disco está dividido em duas partes, a Chapa Um e a Chapa Dois, com um interlúdio a dividi-las. Após o fim da última canção, Mente Sem Lugar, incluímos uma rapsódia de momentos engraçados das gravações, construída em torno da nossa canção de teste de som, Muito Melhor.

    Mecânica Exacta [Exact Mechanics] is the name of the company where the grandfather of Francisco Brito (the singer and guitarist of the band) worked his entire life. The record is split into two parts, Chapa Um [Sheet Number One] and Chapa Dois [Sheet Number Two], with an interlude dividing them. After the last song, Mente Sem Lugar [Spotless Mind], we included a rhapsody of funny moments that we collected over the course of the recording process. It is built around our soundcheck song, Muito Melhor [Much Better]. ... more
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1.
O MELHOR LUGAR Eu queria estar perto e conhecer o que o eco diz da porta de dentro em primeira mão. A tua atenção faz-me tremer e o afeto que acabo por te dar serve p’ra me denunciar. Quero-te beijar, afagar-te o corpo de manhã, esquecer o tempo e ficar. Ela sorri p’ra mim ao reparar no meu olhar e pergunta se também quero fumar. Digo que não. Quero mergulhar na canção. Vem comigo!’ Ao sorrir de volta, eu digo: “Poderia dar certo, a verdade é que já ando a pensar em ti faz tanto tempo. Quando voltares cá, já cá não vou estar. És desencontro em que me encontro.” E atravesso o canal na esperança de te ver. Já de volta ao Porto, no Vera Cruz. Digo ao chá que ando a ver se me entendo. Rolos para revelar P’ra lembrar a manhã, a tua voz, A liberdade que tu me fazes sentir. Tu és o melhor lugar. Sonho que sorris ao reparar no meu olhar e perguntas se sempre quero fumar. Digo que sim. Quero mergulhar no que é teu, ir contigo! Pode ser que um dia consiga.
2.
Abdicação 04:57
ABDICAÇÃO A ferida é o que sobra para me compreender A auto-estima volta, mas a ferida não Por tanto querer quase deitei tudo a perder Ia ficando para trás. Abdiquei demais, “Regressei à noite antiga e calma”, o que sobra chega para me erguer O que magoava ontem, hoje serve de lição E eu já só penso no amanhã tanto que eu temo não estar sequer aqui, no momento. Seja tudo sonho ou não Ao morrer do dia tudo vai com a maré Tu a dormir e eu pé ante pé Trago enfim o que te pertence Andavas perdido, não tem mal Foi por ter dado um passo atrás que avancei Ia tropeçando no fervor do ego “trono de sonhos e cansaços Minha espada, pesada a braços lassos”, o que a mágoa deixa é a lição A vulnerabilidade por vezes prende o coração E eu já me sinto mais em mim Mesmo que a dúvida persista em insisto em perguntar porquê.
3.
E SE EU FICAR E se eu ficar vais ver que a dor em mim é ter de ir e não poder voltar. Quando eu voltar vou dizer que o amor em mim cresce devagar se me deixares entrar. Tens andado tão longe de mim. Tens andado perto da loucura. Sinto-te a chamar por mim. É que o vento vai-nos levando, vamos voltando a nós. Tens andado à procura de ti. Tens andado longe da verdade. Sinto-te a chamar por mim.
4.
Bó Camiño 06:01
BÓ CAMIÑO Podias ter cortado a corda enquanto ainda era tempo. Agora vais tê-lo de sobra para lembrares o momento. A nossa antiga porta ficou aberta, deixei o coração lá dentro. Se persigo a sombra, pela certa somo sangue à minha sina. O corvo voa em torno do corpo deitado. A pedra em que me sento à beira do lago lembra-me a gravura do jornal que deixei colada na parede. O corpo quase derrete para me matar a sede por não haver vinho que chegue para dar de beber a esta gente toda a quem dou abrigo na minha cabeça. O que a mágoa cala e a doença pensa jamais te dirá respeito de novo. O corpo à proa veste um brilho molhado, mergulha no lago, sente o peito lavado. Lembra-me o que faço aqui. Outro ser circunda o corpo deitado, julgando-se tão mudado.
5.
CÂMARA DE ECO Tenho uma tempestade dentro de mim, mas o sol lá fora brilha e eu num barco prestes a afundar num lago de cristal. Ando distante do mundo, preso em mim. Enquanto ela dança. Rodopia como eu, só que não estou lá. Nessa valsa leve, dispo o medo e mergulho Num oceano de dúvida como ave a cantar numa ilha deserta. Às vezes sinto-me só. Livre, mas sem mim como se à deriva. E ao chegar a casa deito-me enfim. O disco a tocar lembra-me de ti.
6.
O Erro 03:40
O ERRO Chega o céu a meio do voo. Vem para me dizer que existo só no meu pensamento. Quando o silêncio invade a cidade vejo em todo o lado a imensidão aparecer. Dou por mim a pensar no infinito à minha porta. O erro é relegar para a memória o instante. Mas não acabamos nunca. Eu só vim para ver se a vida é mel que lambo dos dedos. Do pó de estrelas que escreve nossa história emana outra glória. O caminho faz-se sem direção. Onde quer que o mar me leve, essa viagem nunca há-de acabar. O erro é chamar ao instante memória.
7.
CISMA MENTE Não me ponhas pressão. Eu sinto que nem sempre sou sincero, minto quando sinto que devo falar. Fico a cismar
8.
QUARTA PAREDE O mistério é a causa da atração. Ninguém sabe onde o caminho vai dar e o eco que oiço ao passar foi silêncio de outra geração. O tédio, fonte da criação. As vontades, Blimunda, Baltazar e os cegos entram num bar discutindo a sua conceção. Se a soubessem de antemão não teria piada. Vivo para descobrir. Eu sou o meu mar. O império que julguei construir depressa caiu em cinzas no chão e o ego deixou de importar. O livro cismou acabar. O sabor do fim na mão, caso mal parado. Quero viver de sangue na guelra. Morte ao medo! Não hei-de fugir! Quero sentir tudo de todas as formas! Partir rumo à primavera! Som, eco, sombra, luz, sabor. Trago, tacto, dor, perfume da flor. O corpo é tudo.
9.
Deixa-me 02:56
DEIXA-ME Deixa-me estar. Deixa-me descobrir. Deixa-me sentir. Se falhar, não faz mal, Começo do princípio, vejo assim novos horizontes. Deixa-te andar. Deixa-te ir por ir. Deixo-te partir amanhã. Hoje fica, vai por mim: Viver na maré é o que tu procuras mesmo que não o saibas. Não tens de o saber.
10.
Mutação 03:06
MUTAÇÃO Nunca consegui agarrar o universo. Disperso naquilo em que acredito pode haver tudo o que julgo ser falso. Nas minhas mãos está a raiz de um outro ser, esperando ainda o seu lugar. Posso vir a mudar. Tudo o que julgo ser verdade pode não o ser. Se não for, vamos somando formas de ver. Não há nada a perder ou ganhar e aprender é ter coragem de admitir o erro.
11.
ETERNO RETORNO O futuro espera por mim. Em silêncio, vai-me tornando irreal. Vou-me afastando sem olhar p’ra trás. Deixo-me ficar preso ao ideal. Vivo nos braços da utopia, voo efémero rumo à luz. Vou-me encontrando pelo caminho, vendo o tempo a separar-se de nós. Pela mão da minha mente construo um sonho incoerente. Fico a pensar no impossível, desprezo tudo o tangível.
12.
Ano Novo 05:47
ANO NOVO Sem hesitar, parto cedo e caminho só O infinito é pedir demais O rio corre e a luz difusa do sol primaveril doura-nos a pele lava o que se entranhou Estival madrugada Estrela da manhã Outra margem, novo mundo Leve oscilação A folha cai, jaz caduca Brisa outonal faz querer estar só a ouvi-la cantar Cinza invernal Neve cai certa Vejo o cume do terceiro andar A catarse é o trigo atravessando a mó e o grito é sinal do fim da frustração.
13.
MENTE SEM LUGAR Não quer chorar e na volta nem se vai lembrar do que é seu quando eu perguntar de onde vem e onde quer parar p’ra beber até se esquecer que existe um mar entre nós. Ao levantar traz-me sonhos para eu brincar, luz do céu p’ra me abrigar. Chove sem se ouvir e sem molhar p’ra esquecer o que faz temer que exista mar entre nós. Antes desse outrora, fui pássaro sem voar. Conto a minha história p’ra me lembrar, p’ra me deixar, p’ra me entregar. Quando a noite chegar, eu vou tentar esconder Quando amanhecer, verei mar reaparecer. Vem, devagar. É no amor que tu te vais encontrar. Vou tentar outra vez, mesmo que devagar, é o amor quem te há-de encontrar.

about

Gravado entre agosto e dezembro de 2019 em Paços de Brandão, Porto e Amesterdão nos estúdios da PDA Discos.

Recorded between August and December of 2019 in Paços de Brandão, Oporto and Amsterdam at PDA Recordings.

credits

released January 5, 2020

Teclados/Keys
Carlos Lopes

Baixo/Bass
Eduardo Serra

Voz, Guitarras/Vocals, Guitars
Francisco Brito

Bateria/Drums
João Alves


Convidados/Guests

Gritos/Shouting
André Teixeira

Saxofone, Sinos, Glockenspiel/Saxophone, Bells, Glockenspiel
Hristo Goleminov

Flauta, Flautim/Flute, Piccolo
Teresa Costa

Voz/Vocals
Vera Morais


Música, letra, mistura, masterização, capa e livrete/
Music, lyrics, mixing, mastering, cover and booklet
Francisco Brito

Arranjos, produção/Arrangements, production
Feynman

license

all rights reserved

tags

about

Feynman Porto, Portugal

Banda do Porto formada no verão de 2019.
Carlos Lopes - teclados
Eduardo Serra - baixo
Francisco Brito - voz, guitarra
Zé Stark - bateria
Convidados:
André Teixeira - gritos
Hristo Goleminov - saxofone
Teresa Costa - flauta, flautim
Vera Morais - voz
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